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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Compartilhando Texto sobre Democracia


Gostaria de compartilhar, com todos vocês, esse excelente texto. Tão bom saber que o Bom Senso, por  mais fora de moda que esteja, ainda existe!

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Religião leva ao segundo turno

João Júlio da Silva
Toda vez que religião e política se misturam o resultado é trágico e atinge muitas vidas inocentes. A história da humanidade prova bem isso. É um terror.
Pois é exatamente isso o que está ocorrendo nas eleições deste ano. E mesmo que não admitam, eu não tenho dúvidas de que foi a religião que provocou o segundo turno na eleição presidencial. Muitos fazem vistas grossas e dizem que foi a tal de “onda verde” que levou o pleito para o segundo turno.
Matematicamente essa indicação está correta, pois se não fosse o percentual de votos atingido pela candidatura que ficou em terceiro lugar isso não teria ocorrido.
Mas, o que levou parte do eleitorado a mudar o voto, praticamente às vésperas da eleição, em favor da terceira via, foi a intromissão de líderes religiosos na disputa eleitoral.
E foi isso que mudou tudo. Com certeza, não foi nenhuma consciência ambiental que alterou a cor do voto. Se a opção tivesse ocorrido de forma natural por parte do eleitorado seria apenas mais uma manifestação democrática, mas não foi o que ocorreu.
As lideranças religiosas pediram para os fieis não votarem em determinada candidatura por algo que ela mesmo já havia desmentido. Pregaram o diabo em suas cerimônias religiosas e prestaram um desserviço à democracia, demonstrando um atraso político absurdo nesse jogo rasteiro.
Para o bem da democracia, qualquer candidatura, de qualquer partido, poderia sair vencedora das urnas, mas apenas com o aval dos eleitores, sem elementos estranhos no resultado. O que ocorreu foi simplesmente lamentável.
Não satisfeitos de provocarem o segundo turno, os mesmos líderes religiosos agora pregam o voto em sua candidatura preferida e satanizam a candidatura que desprezam, como se fossem juízes celestiais. O terror está no ar . Isso não é democracia.
O fiel de uma denominação religiosa não pode ser feito de vaquinha de presépio, massa de manobra, pois, como eleitor, ele deve fazer uso do seu direito de votar de maneira livre e consciente. Seu voto não pode ser manipulado.
Como cristão e cidadão livre em um país laico, eu repudio qualquer intromissão religiosa na decisão do eleitor no momento de decidir o futuro da nação através do seu voto democrático.
Triste e pobre país, que ainda está à mercê de mentes arcaicas e sem consciência política e democrática.
Disse aqui no domingo passado, que “a cada eleição presidencial a democracia brasileira se fortalece e leva o país a dar mais um passo importante rumo à maioridade política. Neste ano não é diferente, mais uma vez sairá fortalecida após o veredicto das urnas”.
Sim, eu esperava a vitória do voto na democracia, mas pelo odor que paira no ar, não será bem isso o que ocorrerá. É como disse, qualquer candidatura poderia sair vencedora, mas não da maneira como o pleito está sendo conduzido.
E repito o que já disse neste espaço: “É imensurável o valor da oportunidade que os brasileiros têm de escolher o seu presidente. Embora haja um certo desdém de parte do eleitorado por um direito conseguido a tanto custo, o voto é sim uma arma poderosa, capaz de refletir a vontade popular para o destino do país. O tempo dirá se uma escolha é acertada ou não. O bom na democracia, em caso de descontentamento, é que na próxima eleição o rumo pode ser refeito para o bem de todos. Assim deve ser, a decisão final cabe sempre ao povo.
“Volto a reforçar que em um tempo não muito distante, o povo não tinha o direito de escolher o presidente do país. Sob a repressão de uma ditadura implacável, muitos foram torturados, desaparecidos e mortos naqueles anos de chumbo. Essas vítimas sonhavam com um Brasil livre, trilhando o caminho da democracia. E se hoje podemos ir até às urnas votar e escolher o presidente do país é graças a esses mártires. Portanto, é preciso valorizar e muito o nosso direito de poder votar”.
Que no segundo turno, o eleitor faça valer a sua liberdade política e dê crédito à democracia através do voto consciente. E que nada o induza a desprezar esse seu direito.

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