Foi publica hoje, 29/03/11, no jornal O Vale:
Planejamento Estratégico
O
presidente da Fundação Cultural Cassiano Ricardo publicou artigo em OVALE apresentando o planejamento estratégico da instituição.Cabe destacar que esse plano foi elaborado por uma consultoria especializada em desenvolvimento empresarial, a partir da ótica de uma instituição privada. Ter um planejamento para o desenvolvimento das ações culturais é um bom sinal, apesar do anúncio vir no início do terceiro ano de gestão. A Lei Orgânicado Município, em seu artigo 333, determina:“O órgão executivo da política cultural do município é a FCCR”, do que decorre ser ela responsável pela formação cidadã de nossos munícipes. Se uma visão sobre cultura for restrita às “sete belas
artes”,o dito planejamento não dará conta de sua tarefa legal. Mas pior que uma visão estreita de cultura é tratar o munícipe como“cliente”, a cultura,como“produto”, e o veículo usado na concretização disso, o “negócio”. Tal visão reflete com clareza um conceito consumista de cultura. Já que pagamos impostos ao poder público, cabe a ele oferecer bons produtos aos seus clientes,sem esquecer que o “produto” é pensado para a população, e não com a população. Exclui-se desse tipo de pensamento toda e qualquer relevância ao processo de ação cultural, ao patrimônio imaterial, ao direito à diversidade cultural e à participação nas decisões. A direção da Fundação Cultural Cassiano Ricardo deve ampliar seus olhares, ou seja, estabelecer uma política cultural que seja permanente. Nosso município carece, sim, de um planejamento público de cultura de médio e longo prazo, cuja matriz deve ser o Plano Municipal de Cultura, que ainda não saiu do papel.
A Conferência Municipal de Cultura, realizada em 2009, já deliberou sobre o assunto, que ainda não foi transformado em lei com previsão de revisão periódica, como está acontecendo no âmbito nacional.
Alcemir Palma
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